quarta-feira, 4 de novembro de 2009

Baía de Todos os Santos

A baía de Todos os Santos é a maior baía brasileira e está localizada no estado da Bahia. É dela que se origina o nome da capitania e futuros província e estado baiano. A unidade federativa, entretanto, manteve a grafia arcaica.
Sua extensão é de 1.052 km², e profundidade de até 42 metros, com visibilidade de mergulho entre 10 e 20 metros.

História

A larga e profunda baía que encantou navegadores e colonizadores despertou o interesse dos europeus por ser um excelente ancoradouro natural, um maravilhoso sítio defensivo e por suas terras possuírem boa fertilidade.
Foi nominada em 1501, quando uma expedição portuguesa foi enviada para reconhecer as novas terras descobertas um ano antes por Pedro Álvares Cabral. Era o dia 1 de novembro, Dia de Todos os Santos, de acordo com a religião católica.
Comandada por Gaspar de Lemos, acompanhado por Américo Vespúcio, cartógrafo e escritor italiano que daria nome a todo o continente americano, passou a nomear todos os acidentes geográficos de acordo com os santos dos dias onde os mesmos eram identificados - cabendo à baía, local mais tarde escolhido para ser fundada a cidade que seria a sede da primeira capital brasileira - Salvador.
Berço da civilização colonial lusa nas Américas, a Baía de Todos os Santos abrigou no século XVI o maior porto exportador do Hemisfério Sul, de onde eram enviados às metrópoles européias a prata boliviana e o açúcar brasileiro,sendo o porto de Salvador o que mais recebeu escravos africanos do Novo Mundo.

Características

Penetrando 80 Km adentro no continente, a Baía de todos os Santos possui um contorno litorâneo de 300 Km, sendo na realidade um pequeno golfo composto por três baías,sendo a Baía de Aratu que abriga atualmente as instalações do porto de mesmo nome e da Refinaria Landulfo Alves. Suas margens possuem uma das maiores reservas de petróleo em terras continentais do Brasil.De uma barra à outra da baía medem-se 14 metros de amplitude, sendo que da Ponta da Penha até a Ponta de Itaparica temos aproximadamente 9 Km de extensão.

A borda leste da baía é marcada por uma retilínea e íngrime escarpa tectônica, a escarpa de Salvador,o mais belo exemplo de um antigo bordo cristalino de fossa tectônica costeira existente em toda a América do Sul.Por possuir muitas vistas panorâmicas do alto da escarpa, a cidade de Salvador é conhecida também como cidade-belvedere.

Passeio cultural de caravela pela Baía de Todos os Santos

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O Tour Baía Histórica acontece diariamente às 15h30 na Caravela Príncipe Regente (réplica de uma embarcação colonial), e custa R$ 35 por pessoa. As crianças de até dois anos estão isentas e aquelas de três a sete anos pagam R$ 25. A caravela sai do Forte de São Marcelo e percorre a costa de Salvador até o Farol da Barra, retornando a partir de lá e indo até o outro extremo, a Ponta de Humaitá. A paisagem vale a pena: vemos toda a Bahia antiga, da Cidade Baixa (Elevador Lacerda, Igreja da Conceição, área portuária, Avenida Contorno e vários bairros) aos modernos prédios do Corredor da Vitória e boa parte da Barra, entre outros atrativos.


O passeio dura cerca de três horas e é comandado por um simpático guia vestido de D. João VI e que vai explicando as paisagens e contando histórias da Bahia. Outros atores fantasiados de princesa, soldado, mucama real e religioso também interagem com os passageiros.
A certa altura da “viagem” D. João aproveita para testar o conhecimento das crianças maiores com perguntas sobre história do Brasil e da Bahia. Quem acerta ganha pipoca e pirulito. Os participantes também se divertem aprendendo com ele as danças típicas da época (com direito a todas as reverências possíveis e imagináveis) e ainda são condecorados com (hilários) títulos de nobreza criados na hora.

DE VOLTA AO FORTE DO MAR
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O passeio termina com uma visita (tempo livre) ao Forte de São Marcelo, já no final de tarde, acompanhada de um  pôr do sol que vale muito a pena. Um dos principais marcos históricos da Baía de Todos os Santos e peça estratégica na defesa da cidade do Salvador, o forte foi recuperado pela prefeitura e está aberto à visitação pública desde 2006.
Hoje abriga os museus do Forte, Memória do Mar e Memórias da Cidade, onde é possível conhecer as histórias da fundação de Salvador e saber mais sobre o patrimônio histórico da cidade. São 14 salas com exposições permanentes, temporárias e uma midiateca (banco de dados sobre Salvador, com informações históricas e socioeconômicas disponibilizadas em vídeos, encenações e projeções virtuais). O forte dispõe ainda de espaço para eventos na área externa e de auditório

Acidentes Ocorridos na Baia de Todos os Santos... Mortandade de peixes foi causada por maré vermelha

 Quarta-feira, 04/04/2007 - 22:00

Salvador - Um fenômeno natural conhecido como “maré vermelha” foi a causa da mortandade de peixes na Baía de Todos os Santos, verificada desde o início do mês de março. A constatação está no laudo técnico divulgado nesta quarta-feira (4) pelo Centro de Recursos Ambientais (CRA), detalhando que a ocorrência é resultado das altas concentrações da espécie de microalgas Gymnodinium sanguineum no mar. Em altas densidades, essas algas produzem grande quantidade de matéria orgânica, o que causou a obstrução das brânquias dos peixes, levando-os à morte por asfixia. A situação ainda foi agravada pela redução do oxigênio disponível na água em função da decomposição da matéria orgânica gerada.


Uma equipe multidisciplinar trabalhou nos estudos e na elaboração do laudo técnico, com a participação de professores dos institutos de Química e de Biologia da Universidade Federal da Bahia (Ufba), da Escola de Medicina Veterinária da Ufba, da Universidade do Vale do Itajaí (Univali), de Santa Catarina, e do Centro Federal de Educação Tecnológica da Bahia (Cefet). O professor Eduardo Mendes da Silva, do Instituto de Biologia da Ufba, esclarece que a maré vermelha ocorre principalmente por conta de condições climáticas estáveis e do aumento de nutrientes na água. “A estabilidade climática verificada no mês de março colaborou para a reprodução intensa das algas. Foram praticamente 30 dias sem as costumeiras chuvas e os ventos fortes”, disse.


“As algas chegam a um grau de concentração máximo de três milhões de células por litro”, explicou o oceanógrafo e professor da Univali, Luís Proença. O laudo concluiu ainda que, no fenômeno ocorrido na Bahia, os danos decorrentes afetam apenas o ecossistema, diferentemente da maré vermelha verificada em Santa Catarina em janeiro deste ano, quando as microalgas produziram toxinas que contaminaram ostras e mexilhões. Nesse caso, o consumo dos mariscos afetaria a saúde humana.


A principal região afetada pelo fenômeno foi a desembocadura do canal de São Roque do Paraguaçu, entre Salinas da Margarida e Santo Amaro, passando pelas localidades de Bom Jesus dos Pobres, Cabuçu, Itapema, Acupe e outras áreas adjacentes. A maré vermelha também provoca alteração na coloração da água.


O trabalho de monitoramento das águas da baía continua. Segunda-feira (9) está marcada uma reunião do conselho gestor da Área de Preservação Ambiental (APA) da Baía de Todos os Santos. Na ocasião, será discutida a elaboração de um plano de manejo e recuperação das águas, para evitar o lançamento de detritos e combater a poluição.

Semana do Peixe começa sem dados sobre a qualidade do pescado da baía

 Na Baía de Todos-os-Santos, são produzidos aproximadamente 29% do pescado do Estado. Em quatro meses, três ocorrências envolvendo vazamentos de óleo e contaminantes químicos provocaram a morte de peixes e mariscos, mas até hoje não se sabe o impacto dessas ocorrências na prática da pesca, bem como na qualidade do pescado consumido. É neste contexto que transcorrerá a campanha Semana do Peixe 2009 nesta região. O evento promovido  pelo Ministério da Pesca e Aquicultura tem o objetivo de incentivar o consumo de pescado em todo o País, com foco na alimentação saudável.
Até mesmo o episódio da maré vermelha, que ocorreu em 2007 e teve registro da mortandade de 50 toneladas de peixes, ficou sem uma avaliação do que representou para o estoque pesqueiro. Na época, a Bahia Pesca, autarquia vinculada à secretaria, chegou a anunciar que faria tais estudos em convênio com a Universidade Estadual de Feira de Santana, mas, passados dois anos, ficou só na intenção. Segundo a assessoria do órgão, essa avaliação passaria a ser feita pelo Instituto do Meio Ambiente (IMA).
A diretora-geral do IMA, Beth Wagner, admite a lacuna de estudos sobre as consequências da carga de contaminantes lançada na baía para a vida marinha e consumo  dos produtos do mar, mas afirma que eles estão sendo feitos e que, em breve, serão divulgados.
Outra medida que, segundo ela, vai contribuir para a melhoria da qualidade ambiental da região será o monitoramento diário proposto em um projeto do órgão, para o qual está buscando recursos. “Estamos propondo à Petrobras que entre com  o financiamento”, disse ela.
Acidentes
O ambientalista José Augusto Saraiva, que defendeu a dissertação de mestrado Bahia de Todos-os-Santos – Vulnerabilidades e Ameaças,  classifica a região da Baía de Todos-os-Santos como  “vulnerável”. Além dos três acidentes ocorridos este ano e da maré vermelha em 2007, ele  aponta três grandes desastres ambientais ocorridos num espaço de quatro anos. Em 1988, foram derramados 700 mil litros de óleo na região norte da Bahia de Todos-os-Santos; no ano seguinte, derramaram 50 toneladas de amônia no mar, no Porto de Aratu, e, em 1991, mais 20 mil litros de óleo diesel foram lançados no mar.

Travessia clandestina” leva Agerba e mais cinco à Justiça

A Agência Estadual de Regulação de Serviços Públicos de Energia, Transportes e Comunicações da Bahia (Agerba) e mais cinco empresas que operam com o transporte marítimo em Salvador, dentre elas a responsável pelo acidente ocorrido em dezembro de 2006 com o catamarã 'Baía de Todos Todos os Santos', em Morro de São Paulo, são alvo de ações civis públicas ajuizadas pelo Ministério Público estadual. As empresas são acusadas pela promotora de Justiça do Consumidor, Joseane Suzart, de realizarem o transporte de forma clandestina, e a Agerba de ter se omitido quanto à irregularidade, colocando em risco, diariamente, a segurança de centenas de passageiros. Ao todo são 14 embarcações atuando irregularmente na travessia Salvador-Mar Grande e uma na de Morro de São Paulo.


Denuncia a representante do MP que as empresas Biônica Transportes e Turismo Marítimo Ltda. (proprietária do catamarã Baía de Todos os Santos), Flipper Transportes e Serviços Marítimos Ltda. (embarcações Bahia Express II e III), Antenor Neto do Nascimento ME (Brisa Biônica, Vitória Régia, Vera Cruz, Catarina Paraguaçu, Senhor do Bonfim e Maria Quitéria), Transportes e Agência Marítima Gil Ltda. (Gil IV e V) e Antônio Garrido Teixeira Poceiro ME (Cavalo Marinho I, II, III e V) não foram selecionadas através de processo licitatório, como previsto em lei, não havendo “formalização de qualquer ato de concessão para que o serviço pudesse ser praticado”, e que, com a falta de fiscalização da Agerba, elas acabam por descumprir itens determinados pela legislação vigente.


Através de ofício, a Agência Nacional de Transportes Aquaviários (Antaq) informou ao Ministério Público que “a fiscalização da prestação do serviço de transporte em tela compete ao Estado da Bahia, por meio da Agerba, por se tratar de ligação intermunicipal entre os municípios de Salvador e Itaparica” e que “no que diz respeito à segurança da navegação, o órgão responsável é a Marinha do Brasil, por meio da Capitania dos Portos”. A Capitania dos Portos do Estado da Bahia ratificou a informação afirmando que dispõe de competência para fiscalizar a segurança das embarcações, mas “no que concerne às relações legais e comerciais decorrentes de possíveis contratos de concessão existentes, estas são de fiscalização específica do órgão competente por autorizar o mencionado transporte”. Segundo Joseane Suzart, reuniões foram realizadas com a Agerba para discutir a problemática, mas nenhuma resolução foi obtida, não restando ao Ministério Público outra alternativa senão a proposição das ações civis públicas.


Dentre os problemas detectados no “transporte clandestino” estão a inexistência de acessos para pessoas com necessidades especiais e de assistência médica disponível para os passageiros durante a viagem; as operações de embarque e desembarque são realizadas sem as mínimas condições de segurança; não há regularidade na prestação do serviço, que depende dos fluxos da maré e das condições climáticas; o desembarque em Mar Grande é feito em área coralina, degradando o meio ambiente; e os barcos navegam, por vezes, com lotação acima de sua capacidade, especialmente nos finais de semana.