Uma equipe multidisciplinar trabalhou nos estudos e na elaboração do laudo técnico, com a participação de professores dos institutos de Química e de Biologia da Universidade Federal da Bahia (Ufba), da Escola de Medicina Veterinária da Ufba, da Universidade do Vale do Itajaí (Univali), de Santa Catarina, e do Centro Federal de Educação Tecnológica da Bahia (Cefet). O professor Eduardo Mendes da Silva, do Instituto de Biologia da Ufba, esclarece que a maré vermelha ocorre principalmente por conta de condições climáticas estáveis e do aumento de nutrientes na água. “A estabilidade climática verificada no mês de março colaborou para a reprodução intensa das algas. Foram praticamente 30 dias sem as costumeiras chuvas e os ventos fortes”, disse.
“As algas chegam a um grau de concentração máximo de três milhões de células por litro”, explicou o oceanógrafo e professor da Univali, Luís Proença. O laudo concluiu ainda que, no fenômeno ocorrido na Bahia, os danos decorrentes afetam apenas o ecossistema, diferentemente da maré vermelha verificada em Santa Catarina em janeiro deste ano, quando as microalgas produziram toxinas que contaminaram ostras e mexilhões. Nesse caso, o consumo dos mariscos afetaria a saúde humana.
A principal região afetada pelo fenômeno foi a desembocadura do canal de São Roque do Paraguaçu, entre Salinas da Margarida e Santo Amaro, passando pelas localidades de Bom Jesus dos Pobres, Cabuçu, Itapema, Acupe e outras áreas adjacentes. A maré vermelha também provoca alteração na coloração da água.
O trabalho de monitoramento das águas da baía continua. Segunda-feira (9) está marcada uma reunião do conselho gestor da Área de Preservação Ambiental (APA) da Baía de Todos os Santos. Na ocasião, será discutida a elaboração de um plano de manejo e recuperação das águas, para evitar o lançamento de detritos e combater a poluição.
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