quarta-feira, 4 de novembro de 2009

Semana do Peixe começa sem dados sobre a qualidade do pescado da baía

 Na Baía de Todos-os-Santos, são produzidos aproximadamente 29% do pescado do Estado. Em quatro meses, três ocorrências envolvendo vazamentos de óleo e contaminantes químicos provocaram a morte de peixes e mariscos, mas até hoje não se sabe o impacto dessas ocorrências na prática da pesca, bem como na qualidade do pescado consumido. É neste contexto que transcorrerá a campanha Semana do Peixe 2009 nesta região. O evento promovido  pelo Ministério da Pesca e Aquicultura tem o objetivo de incentivar o consumo de pescado em todo o País, com foco na alimentação saudável.
Até mesmo o episódio da maré vermelha, que ocorreu em 2007 e teve registro da mortandade de 50 toneladas de peixes, ficou sem uma avaliação do que representou para o estoque pesqueiro. Na época, a Bahia Pesca, autarquia vinculada à secretaria, chegou a anunciar que faria tais estudos em convênio com a Universidade Estadual de Feira de Santana, mas, passados dois anos, ficou só na intenção. Segundo a assessoria do órgão, essa avaliação passaria a ser feita pelo Instituto do Meio Ambiente (IMA).
A diretora-geral do IMA, Beth Wagner, admite a lacuna de estudos sobre as consequências da carga de contaminantes lançada na baía para a vida marinha e consumo  dos produtos do mar, mas afirma que eles estão sendo feitos e que, em breve, serão divulgados.
Outra medida que, segundo ela, vai contribuir para a melhoria da qualidade ambiental da região será o monitoramento diário proposto em um projeto do órgão, para o qual está buscando recursos. “Estamos propondo à Petrobras que entre com  o financiamento”, disse ela.
Acidentes
O ambientalista José Augusto Saraiva, que defendeu a dissertação de mestrado Bahia de Todos-os-Santos – Vulnerabilidades e Ameaças,  classifica a região da Baía de Todos-os-Santos como  “vulnerável”. Além dos três acidentes ocorridos este ano e da maré vermelha em 2007, ele  aponta três grandes desastres ambientais ocorridos num espaço de quatro anos. Em 1988, foram derramados 700 mil litros de óleo na região norte da Bahia de Todos-os-Santos; no ano seguinte, derramaram 50 toneladas de amônia no mar, no Porto de Aratu, e, em 1991, mais 20 mil litros de óleo diesel foram lançados no mar.

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